O Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (Crie), que funciona na Secretaria de Saúde, é referência em Campos na oferta da vacina preventiva contra a raiva humana. Segundo a secretaria, não há casos de raiva humana no município e nem de cães e gatos com a doença. O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), por meio das campanhas de vacinação de cães e gatos, que acontecem a cada 15 dias, tem contribuído para a prevenção da raiva animal e, consequentemente, humana.
A vacina é indicada para crianças e adultos, podendo ser administrada antes e após a exposição ao vírus, que é transmitido para as pessoas quando a saliva do animal infectado penetra no organismo, através da pele ou mucosas, por mordedura, arranhadura ou lambedura, mesmo não existindo agressão. A mordida pode ser de cachorro ou outros animais infectados, como gato, morcego, cavalo e porco, por exemplo.
O coordenador de imunização da Secretaria de Saúde, Leonardo Cordeiro, explicou que, em caso de acidentes por mordedura ou arranhadura por algum animal, a pessoa deve lavar o ferimento com água e sabão e procurar a emergência do Hospital Ferreira Machado (HFM) para avaliação médica. Entre janeiro e junho deste ano, o HFM atendeu 673 pacientes vítimas de mordedura de animais. O mês de março foi o que registrou um maior número de atendimentos, 167. No ano passado, foram 1.491 atendimentos, enquanto em 2019, 1.660.
- É o médico quem vai avaliar se a vítima precisará de profilaxia por meio do uso de soro antirrábico humano e, posteriormente, da vacina. Se houver necessidade da vacina, o próprio Ferreira Machado encaminha o paciente para o Crie -, disse Leonardo, destacando que o atendimento no Crie, para aplicação da vacina, acontece as segundas, quartas e sextas-feiras, das 8h às 17h. Em cada um desses dias, o Centro atende uma média de 30 pessoas.
O técnico em manutenção, Daniel Manhães, 22 anos, esteve no início de setembro no Crie para tomar a terceira dose da vacina, após sofrer uma mordedura na panturrilha por um cachorro de rua, há quase um mês. “Fui primeiro ao Ferreira Machado. Após ser medicado, me encaminharam pra cá (Crie)”, disse ele, elogiando o atendimento recebido no Crie e no HFM. “Recebi uma ligação depois do Ferreira Machado para saber como eu estava e se já havia tomado a vacina”, acrescentou Daniel.
Leonardo explicou que, se o acidente for leve, uma arranhadura, por exemplo, a pessoa deve tomar duas doses num intervalo de três dias. “Se o acidente for grave, com mordedura na cabeça, pescoço, planta das mãos e pés, o indicado são quatro doses, sendo a segunda, três dias após a primeira, e as demais, sete e 28 dias. Em crianças menores de dez anos, o intervalo entre a primeira e a segunda dose é de três dias, a terceira, sete dias, e a quarta dose, 14 dias”.
Ele disse ainda que os profissionais que trabalham em clínicas veterinárias e estudantes do curso de Veterinária também podem tomar a vacina, mediante o encaminhamento de ofício para a secretaria. Nesse caso, segundo Leonardo, são aplicadas três doses, sendo a segunda, sete dias após a primeira e a terceira, 28 dias.