A Prefeitura de Campos, por meio da Subsecretaria de Igualdade Racial e Direitos Humanos, realiza diversas ações neste mês de maio para marcar o Mês da Abolição da Escravatura. Atividades culturais estão sendo realizadas em parceria com o Liceu de Humanidades de Campos, Instituto Federal Fluminense (IFF) e Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf).
Na parceria com o Liceu, a subsecretaria realizou, por exemplo, nesta terça-feira (10), o Seminário “Conversando em Rede: SIRDH e Liceu – A abolição inacabada e o papel da escola na transformação da sociedade”. As atividades desse evento deram prosseguimento às atividades que celebram o Mês da Abolição.
“Iniciamos o dia com a palestra da assistente social e coordenadora de políticas para povos e comunidades tradicionais da SIRDH, Neilda Alves, que trouxe em sua fala o orgulho de ser fruto dos bancos do Liceu de Humanidades de Campos. A Neilda carrega em suas falas a ancestralidade e o comprometimento com sua trajetória profissional e pessoal. Ela explanou brilhantemente sua atuação na Coordenação de Povos e Comunidades Tradicionais, sua importância para economia, como se dão suas histórias e de onde são oriundos”, relata o subsecretário de Igualdade Racial e Direitos Humanos, Gilberto Coutinho, o Totinho. Ele ressalta a importância da interface com a comunidade acadêmica:
“Como parte da programação, consta roda de conversa intitulada Experiências Estudantis, exposições de alunos graduandos da UFF e da Uenf trazendo às vivências acadêmicas, as violências que esses corpos sofreram na caminhada, suas expectativas e as realidades encontradas, a importância de sempre seguir com seus iguais para que não se torne estatística no número de evasão. Explanou-se sobre as políticas de ações afirmativas existentes dentro dessas instituições”, destaca Totinho.
Acadêmicos inseridos no Programa Primeira Chance, que fazem estágio na SIRDH, fizeram relatos sobre as experiências proporcionadas pela Subsecretaria de Igualdade Racial e Direitos Humanos e a importância dessas experiências para a formação profissional.
A empreendedora Luiza Peçanha Crespa Livre, participou com fala de empoderamento, descoberta e processos que elevam a auto estima a partir da transição e o quanto isso foi importante para sua trajetória profissional enquanto trancista; apresentou falas que emocionaram e que motivaram alunos presentes.
O pedagogo Wallace Veiga, fomentador, ator e ativista cultural em Campos abordou sobre autoestima e o pertencimento enquanto metodologia de enfrentar a auto sabotagem que trazem os resquícios de micro violências sofridas, ataques aos nossos corpos, ataques à fisionomia.
O bailarino e coreógrafo Dudu Guedes falou sobre sua vivência no ambiente do balé clássico, dominado por pessoas brancas, em sua maioria. Dudu Guedes também discorreu sobre sua atuação na SIRDH à frente da pasta de Memória e Manifestações de Resistências Culturais e, ainda, fez considerações sobre a importância da revitalização da cultura da população negra do município de Campos.
Na programação noturna, o popular Sapo, agente cultural, fazedor de cultura popular, apresentou dados de sua vivência na arte e cultura popular para os alunos dos cursos noturnos do Liceu.
O encerramento das atividades de terça-feira contou com o talento de Willian Brasil, bamba do universo do samba. A parceria entre a Escola de Samba Pavihão de Ouro e a SIRDH não terminou em pizza, mas terminou a noite com o samba no pé.