Criar a estrutura operacional do Laboratório de Entomologia para prevenir e controlar as doenças transmitidas por vetores e descentralizar o diagnóstico de taxonomia de formas imaturas de culicídeos (larvas de mosquitos), por meio de caracteres morfológicos e biológicos com vista à definição de hábitos e comportamentos implicados na transmissão de doenças. Este é o objetivo da capacitação dos profissionais do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) vinculado à Secretaria de Saúde, que teve início nesta terça-feira (09). O treinamento é feito em parceria com a Gerência de Pesquisa em Antropozoonoses da Subsecretaria de Vigilância e Atenção Primária à Saúde, da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (GERPA/SUBVAPS/SES-RJ).
“Entendemos que o profissional quando está capacitado e requalificado, ele pode dá muito mais de si para a sociedade e é isso que a sociedade espera. Então, nossos profissionais estão passando por essa capacitação específica, iniciando pelo laboratório, mas que posteriormente será levada para outros servidores. O que a gente quer é que eles possam melhorar seu conhecimento para que possamos atender melhor a sociedade”, disse o diretor do CCZ, Carlos Morales.
Cinco agentes participam do treinamento coordenado por José Luís da Silva e Helena Regina dos Santos, respectivamente gerente de Pesquisa em Antropozoonoses e técnica em Entomologia do GERPA/SUBVAPS/SES-RJ. “Ao término da capacitação, os técnicos estarão habilitados a identificar espécies de vetores, como Aedes aegypti, Aedes albopictus, transmissores de doenças como Dengue, Zika, Chikungunya, Febre Amarela Urbana, entre outras, e identificar áreas de risco, mapear criadouros e montar estratégias para o enfrentamento de vetores de patógenos”, explica o gerente.
Para o coordenador do Programa Municipal de Vetores (PMCV), Claudemir Barcelos, a iniciativa é bastante oportuna para prevenção de outras doenças transmitidas por vetores. “A capacitação, além de elevar o nível de conhecimento dos agentes, posteriormente beneficiará a população, pois estaremos identificando não só as larvas do aegypti e albopctus como já é feito, mas também de outras espécies que não estamos acostumados a identificar e poder implementar ações preventivas”, disse.
Entre outras espécies já encontradas na região estão: Mansonia sp, Coquillettidia sp, Phoniomyia, Psorophora sp, além de Aedes scapularis, Limatus durhamii, taeniorhynchus e triseriatus. A identificação foi realizada pelo subcoordenador do PMCV, Sílvio Sidney Pinheiro Rodrigues.
“Aedes scapularis tem competência vetora para várias arboviroses. Em Florianópolis foi identificada como vetor de Wuchereria bancrofti, parasita capaz de causar a filariose linfática, e o Aedes taeniorhynchus, vírus causador de Encefalites”, explica Sílvio.
Conforme dados da SMS, de janeiro até o dia 5 de agosto, foram confirmados 155 casos de dengue, quatro de chikungunya e dois de zika vírus.
Participando da capacitação, Renato Domingos de Mello, disse que "é um momento de grande importância. Essa capacitação veio na hora certa para que possamos nos atualizar, adquirir mais conhecimento e colocar em prática no município. Quanto mais conseguimos adquirir conhecimento, melhor são os resultados das ações junto à população”, disse.
A capacitação, que é composta de aulas teóricas e práticas, segue até sexta-feira (12), das 9h às 16h. Durante as aulas teóricas serão passadas informações sobre noções de biossegurança para o trabalho de campo e laboratório; introdução à Entomologia e Entomologia em Saúde Pública; insetos e saúde, com ênfase em vetores, entre outras. Ao final do treinamento os profissionais farão provas prática e escrita.