A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) faz um alerta para que pessoas não vacinadas e as que não tomaram as doses de reforço (terceira e quarta) procurem os postos de vacinação para se imunizarem contra o vírus SARS-Cov-2, que causa a Covid-19. A preocupação vem em decorrência de mais um caso de variante recombinante do vírus, que foi identificada no Rio de Janeiro pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A BQ.1 é uma subvariante das linhagens BA.5 da cepa Ômicron, no entanto, segundo o infectologista e responsável técnico pela Vigilância em Saúde de Campos, Charbell Kury, com maior transmissibilidade e menos gravidade, em termos de óbito.
A variante já havia sido encontrada no Amazonas em 20 de outubro, de acordo com a unidade da Fiocruz no Estado, o que fortalece a suposição de que ela circula em diferentes locais do país. “Já há um começo de transmissão da BQ.1 na cidade do Rio de Janeiro e essa subvariante vai chegar aqui sim, com quadro muito parecido com a onda que a gente teve nos meses de maio, junho e julho deste ano”.
Kury conta que a explicação para o aparecimento dessas subvariantes são várias. O primeiro é que a característica básica do vírus Sars-CoV-2 (responsável pela Covid-19), é RNA, ou seja, são altamente mutantes. Já a segunda característica se deve ao que o médico chama de bolsão de suscetíveis.
“Então, enquanto nós tivermos um grande número de pessoas no mundo não vacinadas, seja por falta de oferta do imunizante ou porque não quer se imunizar, elas serão o ambiente perfeito para esses vírus se reproduzirem e aparecerem novas sublinhagens”, alertou o especialista afirmando que a principal recomendação é estar com o calendário vacinal completo e atualizado, incluindo as duas doses de reforço.
Lembrando que a Ômicron não é uma cepa que traz gravidade (internação e óbitos), no entanto, para as pessoas idosas, acima de 80 anos, indivíduos com comorbidades e para aqueles que não completaram o esquema total de vacinação, principalmente a terceira e quarta doses, pode haver o agravamento do quadro da doença.
PREOCUPAÇÃO – O médico explica que os principais pontos de preocupação são em relação a taxa de transmissão dessa nova linhagem. “Sim, é uma linhagem que escapa às nossas defesas, por isso houve um crescimento exacerbado nos últimos meses na Europa, Estados Unidos e América Latina, com uma taxa de aproximadamente 30% de positividade”.
Outro ponto importante a ser considerado é em relação a essas sublinhagens terem certa resistência aos anticorpos naturais. “A dica principal é para que as pessoas tomem as doses de reforço, porque hoje a maior proteção, a diferença entre estar internado e, eventualmente morrer, é tomar a terceira e quarta dose”, reforçou.
Em Campos, até a última sexta-feira (4), 216.504 pessoas receberam a terceira dose, que é equivalente ao primeiro reforço. Isso representa uma cobertura de 44,7% do público-alvo elegível, ou seja, pessoas com 3 anos ou mais, para receber a vacina contra a Covid-19. Já a quarta dose, que é o segundo reforço, está sendo aplicada para pessoas acima de 18 anos e alcançou 87.025 munícipes, ou seja, apenas 18% do público estimado.
Os imunizantes estão disponíveis diariamente nas unidades de saúde e postos extramuros para aplicação da primeira à quarta dose. A imunização ocorre em 10 postos, sendo nove das 8h30 às 16h e um das 11h às 20h.
NOVAS VACINAS – O especialista adianta que uma nova geração de imunizantes, capazes de bloquear a transmissão do coronavírus, já estão sendo produzidas nos Estados Unidos e Europa.
“Até que essas vacinas de segunda geração cheguem ao Brasil, é importante que as pessoas se vacinem com os imunizantes que nós temos aqui (AstraZeneca, CoronaVac, Pfizer e Jansen), pois elas não são vacinas de bloqueio de transmissão, mas de redução de danos. Então, quando tomamos as quatro doses, esta