O Dia das Mães, comemorado neste domingo (14), não passou em branco para um grupo de mulheres que venceu barreiras para vivenciar a experiência da maternidade. Uma delas é Jéssica Ribeiro Tavares, 33 anos, mãe do pequeno Benício, de 4 anos. Benício nasceu prematuro, em 2018, no Hospital Plantadores de Cana (HPC), onde ficou internado por três meses. Aos 4 meses de vida foi diagnosticado com surdez bilateral por meio do Programa de Triagem Auditiva Neonatal Universal (TANU).
De presente pelo seu dia, Jéssica ganhou uma sessão de fotos com o filho, junto com outras mães de crianças acompanhadas pelo programa, que em agosto completará 13 anos de serviços prestados. Por meio da contratualização com o município e agora integrando a Rede Campos de Saúde Pública, lançada em 2022 pela Prefeitura, o Hospital Plantadores de Cana, através do TANU, realiza 450 atendimentos/mês, que incluem o teste da orelhinha, feito na maternidade, o reteste, realizado antes de o bebê completar 1 mês, monitoramento auditivo para bebês e crianças com indicadores de risco para perda auditiva e o diagnóstico da surdez ou de alguma alteração auditiva.
“Além de lindas, as fotos ajudaram a elevar nossa autoestima. Foi uma experiência diferente. Conseguimos sair da correria do dia a dia”, contou Jéssica, ressaltando que o atendimento recebido pela equipe do programa é excelente. “A internação, consultas e exames auditivos são todos pelo SUS. É um programa que realmente funciona”, acrescentou ela. Após o diagnóstico, a criança foi encaminhada para uso de aparelho auditivo e equipe de Implante Coclear. Com o Implante Coclear, segundo a mãe, Benício escuta normalmente e já está falando.
A coordenadora do TANU, fonoaudióloga Daiane Rodrigues Pinheiro, explicou que o objetivo do programa é o diagnóstico precoce para viabilizar a intervenção e reabilitação auditiva em tempo oportuno, promovendo o desenvolvimento da audição e da linguagem. Ela reforçou a importância da realização da triagem auditiva neonatal de rotina. “É a estratégia capaz de detectar precocemente alterações auditivas que possam interferir na qualidade de vida do indivíduo”, disse.
O programa, segundo Daiane, não atende apenas crianças nascidas nos Plantadores de Cana, mas de outras maternidades de Campos, incluindo as da rede particular, desde que haja encaminhamento médico. “Fechado o diagnóstico, as crianças são encaminhadas para o Centro de Referência em Saúde Auditiva do Governo do Estado para seleção e adaptação dos aparelhos auditivos e avaliação para candidatos ao Implante Coclear”, explicou a fonoaudióloga.