A metodologia do Parque Tecnológico São José dos Campos (PqTec), apresentada ao Prefeito Wladimir Garotinho na terça-feira (16), foi explanada e debatida pela academia nesta quarta-feira (17), em reunião na Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf). Um dia depois de assinar, com o prefeito, um protocolo de intenções para um estudo de viabilidade de criação de um parque tecnológico em Campos, o coordenador de Novos Negócios do PqTec, professor Amaury Acatauassu, promoveu apresentação sobre a estrutura, funcionamento, objetivos e programas de um dos principais ambiente de promoção da ciência, tecnologia, inovação e empreendedorismo do mundo.
A reunião contou com a participação de representantes de universidades e institutos tecnológicos, secretários municipais, incubadoras tecnológicas e do setor empresarial de Campos e região. O secretário de Desenvolvimento Econômico de Campos, Mauro Silva, representou o prefeito Wladimir Garotinho e apontou que a iniciativa do prefeito de chamar o PqTec, além da criação de negócios sustentáveis e competitivos, é a inclusão de milhares de pessoas que vivem na pobreza ou extrema pobreza no processo de inovação tecnológica.
“Ontem reunimos equipes de pastas da Prefeitura envolvidas na questão da inovação e o prefeito Wladimir destacou que está realizando um sonho de fazer a conexão da nossa academia, para que possamos criar estrutura unindo todos os cientistas, todos envolvidos nesse processo para o desenvolvimento do município. E o desafio colocado pelo prefeito foi o de atrair os excluídos para o processo de inovação tecnológica. Wladimir acredita que o município deve investir nessa união para um parque tecnológico em Campos, mas defende que a gente possa se voltar para as camadas mais carentes de formação intelectual, de profissionalização, de condições de ocupação de vagas de trabalho. Então, estamos depositando esperanças na expertise do Parque Tecnológico São José dos Campos em juntar todos os saberes para a solução desse desafio, para soluções que incluam as pessoas que mais precisam nesse processo. Não só falar de desenvolvimento, tecnologia e inovação, pois o grande desafio – e essa é a preocupação do prefeito – é que essas pessoas excluídas sejam trazidas para o parque, é unir ciência, tecnologia, inovação e empreendedorismo com a grande rede de proteção social dessas pessoas”, declarou o secretário.
A mesa de abertura foi composta pela vice-reitora da Uenf, Rosana Rodrigues; pelo pelo reitor do IFF e presidente do Fórum Interinstitucional de Dirigentes do Ensino Superior de Campos (Fidesc), Jefferson Manhães; pelo secretário Mauro Silva e o coordenador de Novos Negócios do PqTec. Rosana representou o retor Raúl Palacio, que cumpria agenda fora de Campos.
“A efetiva implantação de um parque tecnológico em Campos é uma expectativa antiga. Sabemos que temos muito a ganhar e a academia está pronta para abraçar todas as iniciativas que virão com o parque. E temos inúmeras pesquisas que poderão ser colocadas dentro de empresas e startups que vão fazer parte desse parque e a expectativa de desenvolvimento regional é bastante grande. Campos já é um polo de conhecimento, reconhecido pelas múltiplas instituições de ensino superior, pela pesquisa, pela implementação de cursos de graduação que têm feito diferente em todo o Norte Fluminense e no estado do Rio”, declarou o vice-reitora.
Representante das universidades e institutos tecnológicos, o presidente do Fidesc, Jefferson Manhães, parabenizou o Prefeito Wladimir Garotinho pela iniciativa de trazer a experiência do PqTec e demonstrar interesse pela vibiabilidade de criação de um parque tecnológico em Campos.
“O desenvolvimento de novas tecnologias é fundamental para colocar nossa região e o nosso país em outro patamar e, com o parque tecnológico, estamos diante dessa oportunidade. Quero agradecer ao prefeito pela iniciativa, porque temos conhecimento, pessoas competentes e é fundamental um governo que quer estar protagonista nesse processo. Conhecimento em prateleiras não tem serventia para a sociedade. Conhecimento tem que virar produto, virar serviço, virar melhoria da qualidade de vida da população e esse é o nosso desafio. Então, agradecer ao prefeito por articular esse momento importante e estarmos ladeado por uma grande experiência brasileira e de referência internacional, que é o PqTec. Ações como essa (unir academia, empresas, poder público para a inovação, criação de negócios) permitem que o crescimento econômico se torne desenvolvimento sustentável para as pessoas. Acredito ser isso que estamos perseguindo, e falo em nome de todas as instituições de ensino superior, tecnológico e profissional. Que bom que o nosso poder público dialoga com a academia, porque assim formamos um time competente para o bem comum”, falou Jefferson.
Gerente de Relacionamento com Comunidades do Porto do Açu, Wanderson Pinho de Souza, destacou a importância de um parque tecnológico para a redução da exclusão social.
“O parque tecnológico é o elo que conecta academia, empresas e poder público em torno de um processo de desenvolvimento que pode abarcar não só a grande tecnologia, a computacional, mas a tecnologia social, o desenvolvimento humano de nossa região. Estamos em uma região extremamente rica de recursos naturais, de capital intelectual e precisamos aproveitar todo esse conhecimento, essa harmonia, e transformar em desenvolvimento. Às vezes pensamos que tecnologia é algo da NASA. Mas tecnologia é trazer saneamento para quem não tem, é propiciar a qualificação de um trabalhador, o desenvolvimento de um empreendedor. Então, são essas ações que, somadas, vão transformar a região e propiciar à população, que é quem queremos que seja impactada, uma transformação na geração de trabalho e de renda e melhoria da qualidade de vida. Então, a responsabilidade desses atores em torno de um polo passa necessariamente pela sociedade se beneficiando desse processo. E as empresas do Porto do Açu - aí eu falo pela Porto do Açu Operações – certamente são um agente que pode e deve agregar esse processo, trazendo não só desafios, mas possibilidades de desenvolvimento humano. É nisso que a gente acredita e é por isso que a gente quer estar junto. A Porto do Açu se coloca como agente que pode contribuir muito nesse processo do parque tecnológico, que pode transformar a região e agregar valor à nossa sociedade”, disse o representante da Porto do Açu.