Nesta segunda-feira (26) é comemorado o Dia Nacional do Diabetes. A data tem como finalidade chamar a atenção das pessoas para a importância da prevenção e controle da doença, por meio de uma alimentação adequada e da prática de atividades físicas. Em Campos, o Programa Hiperdia, da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), que tem por objetivo prevenir, diagnosticar, orientar, tratar e acompanhar pacientes hipertensos e diabéticos que preenchem a determinados critérios de gravidade, assiste aproximadamente 4.701 pessoas.
A médica endocrinologista e supervisora técnica do Hiperdia, Ana Paula Galvão, explicou que o diabetes é uma patologia crônica e de prevalência alta. No Brasil, atualmente, segundo ela, o número de pacientes diabéticos varia entre 9% a 12% da população, sendo que somente 23% são diagnosticados e têm a doença controlada efetivamente.
Ana Paula informou ainda que, assim como a hipertensão, o diabetes é uma doença silenciosa e que requer cuidados por toda a vida, a fim de se evitar problemas futuros. “Existem complicações agudas e crônicas como a hipoglicemia, que é a taxa de açúcar muito baixa com sintomas de tonteira, sonolência, sudorese fria, mal-estar e até coma, além de perda da visão e da função renal, levando a necessidade de Terapia Renal Substitutiva (TRS) – Hemodiálise; obstrução de artérias e má circulação, podendo levar às amputações, doença de Alzheimer, Acidente Vascular Encefálico (AVE), Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), entre outras gravidades. Lembrando que, essas complicações estão presentes quanto pior for o controle do diabetes. Pacientes bem controlados ficam livres dessas enfermidades”, pontuou.
A DOENÇA – O diabetes é a incapacidade do pâncreas em produzir a quantidade de insulina necessária, acarretando um aumento anormal da glicose no sangue. Entre os sintomas da doença estão: sede excessiva, rápida perda de peso, fome exagerada, cansaço inexplicável, muita vontade de urinar, má cicatrização, visão embaçada e falta de interesse e de concentração.
A médica destaca que, ao diagnóstico, o paciente deve ter consciência que seu tratamento será baseado em 4 pilares: 1 – Dieta balanceada, isenta de açúcar e com pouca gordura; 2 – Atividade física regular e supervisionada por profissionais habilitados; 3 – Medicação anti diabética conforme prescrição médica; 4 – Educação em diabetes, ou seja, conhecimento de sua doença e das intercorrências que podem ocorrer, para a intervenção imediata, prevenindo as complicações agudas e crônicas.
“O diabetes é uma doença predominantemente de caráter hereditário, tem relação direta com história familiar de parentes com a doença. Entretanto, hábito de vida saudável, prática de atividades físicas regulares, assim como, evitar uso de álcool e fumo, evitar o stress do dia-a-dia, controlar a pressão arterial e os níveis de colesterol e triglicérides, além de uma dieta balanceada rica em fibras, verduras, frutas e carnes magras fazem toda a diferença, retardando e/ou prevenindo o aparecimento do diabetes”, ressaltou a especialista.
HIPERDIA – O programa, que é um dos mais antigos do município e funciona no Centro de Saúde, prédio anexo à secretaria de Saúde, é composto por uma equipe multidisciplinar formada por: cardiologista, endocrinologista, oftalmologista, ortopedista e nutricionista, além de uma equipe de enfermagem treinada para acolher, avaliar, orientar e otimizar todo o atendimento. O Hiperdia tem como braço o Centro de Referência de Lesões Cutâneas e Pé Diabético, situado à Rua Salvador Corrêa, nº 146, no Centro.
“O paciente vem encaminhado pelo clínico geral, que faz o atendimento na rede municipal e avalia a necessidade do acompanhamento com os especialistas: cardiologista para a pressão alta e endocrinologista para o controle do açúcar alto no sangue”, finalizou Ana Paula.
CENSO – Além disso, a população pode acessar o site da Prefeitura e fazer o cadastro no Censo da Saúde. O Censo tem como objetivo quantificar o número de pessoas acometidas com hipertensão e diabetes no município para um melhor planejamento das ações de atendimento, reduzindo assim a mortalidade por problemas cardiovasculares.