O mês de julho é destinado ao alerta à população sobre as hepatites virais, associadas à cirrose hepática e ao câncer no fígado. O “Julho Amarelo”, campanha instituída no Brasil pela Lei nº 13.802/2019, tem por finalidade reforçar as ações de vigilância, prevenção e controle dessas doenças. O Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais é lembrado em 28 de julho.
As hepatites virais são, muitas vezes, silenciosas e o único meio de detecção é através do exame de sangue. Em Campos, o Programa Municipal DST/Aids e Hepatites Virais, do Centro de Doenças Infecto-Parasitárias (CDIP), vinculado à Secretaria Municipal de Saúde, presta serviços aos munícipes com distribuição de preservativos, palestras educativas, quando solicitado, e profissionais capacitados para realização de testes rápidos.
A hepatite é uma inflamação do fígado que pode ser causada por vírus ou pelo uso de alguns medicamentos, álcool e outras drogas, assim como por doenças autoimunes, metabólicas ou genéticas. No Brasil, as hepatites virais mais comuns são as do tipo A, B e C. O diagnóstico precoce favorece o início do tratamento, acessível a todos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
“O CDIP tem atuado, tanto na prevenção quanto no tratamento das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), incluindo as hepatites, através de distribuição de preservativos, aconselhamento, palestras e com tratamento. Uma vez que você trata, quebra a cadeia de transmissão”, informou o coordenador do CDIP, Rodrigo Rodrigues de Azevedo.
No município, em 2022, 70 pessoas positivaram para hepatites, sendo 30 para o tipo B; 39 para o C e 1 para o A. Já, até junho deste ano, foram 37 casos: 7 para hepatite B; 29 para o C e 1 para o tipo A. O coordenador explicou que maior número de casos novos está na faixa etária de 60 a 70 anos, com 19 casos em 2022, o que representou aproximadamente 27% e 14 casos em 2023 (43%) dos novos usuários em acompanhamento. Reforçando a necessidade da testagem para um diagnóstico mais recente.
“A principal forma de transmissão para os tipos B e C é o contato com sangue contaminado. Dessa forma, faça sexo com preservativo e evite compartilhar objetos de uso pessoal como: seringas; material de manicure e pedicure; lâmina de barbear e depilar; agulha de tatuagem; escova de dente, entre outros objetos. Vale lembrar que para a hepatite B existe vacina, sendo a principal medida de prevenção contra a doença”, destacou Rodrigo.
CAPACITAÇÃO E TESTAGEM NOS PRESÍDIOS – O coordenador informou que durante todo o mês, uma série de ações serão desenvolvidas no CDIP e nos três presídios de Campos (Presídio Feminino Nilza da Silva Santos, Presídio Carlos Tinoco da Fonseca e Cadeia Pública Dalton Crespo de Castro). Haverá capacitações de teste rápido para os profissionais que atuam nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e oferta de testes rápidos e palestras nas unidades prisionais.
“Por se tratar de uma doença com período de incubação, é importante a testagem uma vez no ano, como forma de precaução. Para melhorar o acesso, disponibilizamos agendamento de teste online, no site da Prefeitura, independente da região em que a pessoa reside. O teste é sigiloso, confiável e rápido”, esclarece o coordenador, mencionando que o tratamento é de três a seis meses, a depender da condição clínica do paciente.
ATENDIMENTO – Os testes podem ser feitos gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde e no próprio CDIP, que funciona das 8h às 17h, de segunda a sexta-feira, na Rua Conselheiro Otaviano, nº 241, Centro. Em caso de resultado positivo, o tratamento está disponível na rede pública de saúde.
“Um dos benefícios que o tratamento da hepatite teve nos últimos anos, foi com o Sistema de Controle Logístico de Medicamentos (SICLOM), o que facilitou o acesso ao tratamento e à adesão ao medicamento, não havendo mais necessidade de abertura de processo”, finalizou.