Funcionando em regime de porta aberta, sem necessidade de agendamento prévio ou encaminhamento, o Centro de Atenção Psicossocial Dr. Ari Viana (Caps AD- Álcool e Drogas) busca oferecer acolhimento e tratamento multiprofissional aos usuários. A unidade, que integra o Programa de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde, é um dos quatro Centros que compõem a rede de atendimento diário às pessoas que apresentam transtornos decorrentes do uso e dependência de substâncias psicoativas, como álcool e outras drogas.
Diariamente, segundo o coordenador administrativo do Caps AD, Anderson Mota, o espaço recebe uma média de 70 a 90 usuários que participam de oficinas, grupos terapêuticos e espaço de convivência para a reinserção à sociedade e ao convívio com os familiares.
“Como o atendimento é por livre demanda, qualquer pessoa a partir dos 18 anos de idade que desejar ser ajudada, pode nos procurar de segunda à sexta-feira, das 8h às 18h”, explicou Anderson, ressaltando que no local é oferecido café da manhã, almoço e lanche. É feito também testes rápidos de HIV, sífilis e hepatites B e C.
Ele disse ainda que, quando a unidade recebe um novo usuário, ele é acolhido e encaminhado ao grupo de recepção para que seja construído o Projeto Terapêutico Singular (PTS). “Por meio desse projeto, avaliamos as reais necessidades dessa pessoa e em qual atividade ela melhor se encaixa”, acrescentou. O Caps AD, segundo Anderson, trabalha também com a Política de Redução de Danos, que visa minimizar os riscos associados ao uso de substâncias psicoativas.
“Além de fornecer informações sobre os riscos do uso, as estratégias incluem tratamento médico e psicossocial e a promoção da reintegração social dos indivíduos, em um ambiente acolhedor para atender suas necessidades individuais e assim melhorar a qualidade de vida, independente de estarem em processo de abstinência ou não”, explicou.
Em junho do ano passado, com o objetivo de proporcionar o bem-estar dos usuários e oferecer uma nova alternativa de tratamento, Anderson disse que foi criada uma horta para o cultivo de hortaliças no espaço da própria unidade, localizada à Rua José do Patrocínio, 102, no Centro, próximo à Universidade Federal Fluminense (UFF).
Já a enfermeira do Caps AD, Ingrid Andrade Crispim, explicou que a unidade possui ainda leitos de acolhimento que têm como objetivo oferecer um local seguro e temporário para as pessoas que estejam em situação de vulnerabilidade devido ao uso de substâncias psicoativas.
“O leito de acolhimento é geralmente destinado aos usuários que estão em crise, enfrentando riscos de saúde ou segurança ou que necessitem de um espaço para a estabilização antes de receberem um tratamento mais abrangente. Ele pode ser utilizado para ajudar a prevenir danos graves, fornecer apoio emocional, promover a reintegração social e encaminhamento aos serviços adequados dentro do CAPS AD ou de outras instituições de saúde”.
Ingrid afirmou que não só o usuário recebe apoio, mas toda a família. “E, se ele deixar de frequentar a unidade, fazemos a busca ativa na tentativa de trazê-lo de volta”, acrescentou. Além de psiquiatra e psicólogo, a unidade conta com clínico geral, assistente social, equipe de enfermagem, terapeuta ocupacional, professor de Educação Física, arteterapeuta, técnico de farmácia, oficineiro e pessoal de apoio.