O Hospital Ferreira Machado (HFM) realizou essa semana, o terceiro encontro e visita técnica referente à implantação do inovador projeto "Lean nas Emergências". O projeto, que tem como objetivo otimizar processos e aprimorar a qualidade do atendimento nas emergências hospitalares, está sendo conduzido por uma equipe multidisciplinar da unidade, em parceria com especialistas do Hospital Sírio-Libanês.
O evento, realizado no auditório do Instituto Federal Fluminense Campos Campus-Guarus (IFF-Guarus) e, também, no HFM, contou com a presença de gestores hospitalares, profissionais da saúde, representantes da equipe de implementação e dos consultores. Durante o encontro foram discutidos os avanços já conquistados desde o início do projeto, assim como os desafios enfrentados durante a implementação das mudanças propostas e a apresentação de novos temas, como estratégias de fluxo, diagrama de espaguete, gestão de leitos, processos da alta, Huddle, entre outros.
O "Lean nas Emergências" baseia-se na filosofia Lean, originária da indústria automobilística japonesa, que busca eliminar desperdícios, aumentar a eficiência e reduzir custos. No contexto hospitalar, a aplicação dessa metodologia visa aprimorar o fluxo de pacientes, a distribuição de recursos e a comunicação entre as equipes, resultando em um atendimento mais ágil e de maior qualidade.
O presidente da Fundação Municipal de Saúde, Arthur Borges, comenta que com o sucesso das etapas já implementadas, a equipe de gestão está confiante de que o projeto continuará a trazer resultados positivos para a qualidade do atendimento emergencial. “O projeto Lean nas Emergências representa um marco importante em nossa jornada para oferecer um atendimento de excelência aos nossos pacientes. Através da colaboração de nossa equipe e da aplicação dos princípios Lean, estamos otimizando nossos processos e proporcionando um ambiente mais eficaz e humanizado para todos", disse.
Aplicando o Diagrama de Espaguete e o Huddle
Entre as técnicas ensinadas se destaca o Diagrama de Espaguete, uma representação visual que ajuda a analisar e compreender o fluxo de pacientes, médicos, enfermeiros, equipamentos e materiais dentro de um ambiente hospitalar ou clínico. Ele é usado para identificar os movimentos e deslocamentos complexos que ocorrem durante a prestação de serviços de saúde, muitas vezes revelando padrões de circulação ineficientes ou trajetórias desnecessárias, como enfatiza o consultor médico especialista em Lean, Cleber Antônio. “O principal objetivo do diagrama de espaguete é facilitar a compreensão sobre o fluxo de funcionários, materiais e produtos dentro do layout atual. Assim, busca-se identificar oportunidades de tornar as movimentações mais otimizadas de modo a reduzir o tempo gasto e tornar a operação mais eficiente”, frisou.
Um dos métodos de melhoria contínua dos processos assistenciais, conhecido como Huddle, possibilita o gerenciamento de problemas pontuais na unidade, ampliando a qualidade do atendimento e da segurança do paciente. A intenção é proporcionar que a equipe discuta suas pendências e trabalhe as soluções.
O uso da ferramenta otimiza os processos de trabalho com reflexos nas altas hospitalares que, agilizadas a partir de diagnósticos com mais rapidez, permitem um maior número de leitos vagos. Todo esse processo está voltado para a internação segura e eficiente do paciente, sem desperdício de recursos e tempo.
Enfermeira e coordenadora do núcleo Lean, Rubia Helena Fonseca, explica que os encontros estão acontecendo nos corredores do hospital todos os dias, onde é feito o monitoramento dos pacientes, desde a entrada na unidade até o tempo de alta hospitalar. “Nesse encontro rápido, nós podemos acompanhar se houve alguma intercorrência dentro do hospital nas últimas horas e apontar soluções para eventuais problemas. Na reunião da tarde, é dado um feedback dos problemas citados na reunião anterior”, esclareceu.