O Norte Fluminense figura em destaque no estado do Rio de Janeiro como a região que está no radar dos grandes investidores. Estão previstos empreendimentos na área de energia e petróleo da ordem de R$ 48 bilhões, com geração de 45 mil empregos diretos e indiretos até 2028. O cenário promissor para o desenvolvimento econômico da região foi apresentado durante a manhã e tarde desta quinta-feira (05), no Energy Day, por gestores e técnicos da Petrobras, do Instituto Brasileiro do Petróleo, da Firjan (Federação da Indústria do Estado do RJ), Secretaria Municipal de Petróleo, Energia e Inovação, e da Secretaria de Estado de Economia e Energia do Mar. Os principais investimentos são 19 plataformas de petróleo e gás, parque eólico offshore e mais de 20 usinas de geração de energia fotovoltaica, das quais duas entraram em funcionamento nesta semana. O evento aconteceu nesta quinta-feira (05), no Sesi Campos.
O prefeito Wladimir Garotinho anunciou que, além da parceria já firmada com o Governo do Estado para formação de mão de obra qualificada com formação de 240 pessoas/mês, vai implementar nova parceria para ampliar o número de pessoas qualificadas para atender as demandas.
“Vou conversar novamente com o secretário Felipe Peixoto para ampliarmos a parceria entre a Secretaria de Qualificação e Emprego e a Secretaria de Estado de Energia e Economia do Mar para que possamos proporcionar novos cursos de qualificação porque no decorrer dos próximos cinco anos teremos demandas para 45 mil vagas. Campos e a região tem potencial para vários empreendimentos, como as usinas fotovoltaicas, os parques eólicos e outros empreendimentos no Porto do Açu. Ontem já iniciei conversa com 16 empresas de qualificação profissional em Campos e nosso propósito é ampliar oportunidades para que as pessoas possam ser qualificadas para ocuparem essas vagas que estão surgindo. Durante o ano de 2022, Campos gerou quatro mil empregos e agora em 2023, até agosto, a cidade é destaque no estado com cinco mil empregos gerados e precisamos avançar na qualificação para não faltar mão de obra qualificada e certificada para as empresas”, anunciou Wladimir Garotinho.
No período de 2023 a 2028 está prevista a entrada em operação no país de mais 26 novas Unidades Estacionárias de Produção (UEPs), que são as plataformas de produção de petróleo e gás, das quais 19 UEPs vão operar no estado do Rio. Esses e outros dados do Anuário de Petróleo 2023 foram detalhados durante Painel sobre o Cenário de Mercado de Petróleo no Brasil pela gerente de Petróleo, Gás e Naval da Firjan, Karine Fragoso, e pelo subsecretário adjunto de Estado de Energia, Daniel Massa.
Outros números das atividades offshore, que envolve investimentos na produção de petróleo e gás e também de energia eólica no Porto do Açu e por empresas de geração de energia fotovoltaica, foram apresentados pelo subsecretário de Energia e Economia do Mar, Felipe Peixoto, que representou o secretário da pasta, Hugo Leal, na apresentação do painel sob o tema Transição Energética e Oportunidades.
O procurador de Estado de Petróleo e Energia, Paulo Enrique Mainier, num painel mediado pelo secretário Municipal de Petróleo, Energia e Inovação, Marcelo Neves, falou sobre o arcabouço da legislação sobre a transição energética em elaboração para viabilizar a implantação e funcionamento dos novos sistemas com segurança jurídica.
As plataformas de produção de petróleo e gás vão responder pela geração de mais de 20 mil novos postos de trabalho na região, nos diversos segmentos da cadeia produtiva, que envolvem, entre outras atividades, apoio marítimo, manutenção e reparo, escoamento da produção, reposição de equipamentos e peças, operações portuárias e bases de apoio, e no setor de serviços, com ênfase no transporte de passageiros e cargas.
MERCADO DE CRÉDITO DE CARBONO – “O Brasil é destaque mundial no crédito de carbono”. A afirmativa foi feita pelo gerente de Captura de Carbono da Petrobras, Cláudio Marcos Ziglio que discorreu sobre o Plano de Revitalização de Áreas e prevê a instalação de seis novas UEPs e a abertura de mais de 200 novos poços. Ele apresentou o CCUS, projeto criado recentemente na estatal para buscar outras formas paralelas ao combustível do petróleo, como o biodiesel, e cuidar da captura de carbono no âmbito da própria empresa. No dia 25 de outubro, em parceria com a Firjan, será realizado evento de descomissionamento com oportunidade de negócios para empresas de vários segmentos.
“O sistema (CCUS) vai armazenar 240 milhões de toneladas de Gás Carbônico (CO2). Estamos com projeto de um hub no Rio de Janeiro (Bacia de Campos) que será pioneiro e exemplo para o mundo. Vamos capturar CO2 do Polo Cimenteiro de Cantagalo, do Polo Siderúrgico de Volta Redonda e da própria cadeia do petróleo. O carbono será bombeado para Cabiúnas, de Cabiúnas para Barra do Furado e, de lá, para o Poço Reservatório de São Tomé de CO2 com previsão de funcionar em 2027. Esse empreendimento coloca o Brasil na rota de mitigação climática em larga escala e contribuirá para que a região, o estado e o país tenha economia próspera”, analisou Cláudio Ziglio.