Elas lutam e contribuem diariamente para a melhoria da segurança e ordem pública no município. São as mulheres servidoras da Guarda Civil Municipal (GCM) de Campos, que participaram nesta quinta-feira (7), na sede da corporação, de uma roda de conversa sobre “Empoderamento Feminino”, para marcar o Dia Internacional da Mulher, comemorado amanhã. Dia 8 de Março. Além do bate-papo, as homenageadas ganharam brindes e um lanche. Houve testemunho de persistência, coragem e fé.
A assessora especial da GCM, Priscila Ribeiro, que vai completar 26 anos de atuação na Guarda no próximo dia 12, disse que o evento teve como objetivo acolher as agentes e exaltar o papel das mulheres nas mais diversas atividades.
“Não podíamos deixar de comemorar essa data, até porque é o primeiro ano em 25 anos de existência da instituição em que temos mulheres nomeadas em cargos de direção, de chefia e assessoria. Antes da criação do Estatuto da Guarda, em dezembro de 2022, nós exercíamos as funções, mas oficialmente não havia nenhuma mulher nomeada. As nomeações aconteceram em maio do ano passado”, disse Priscila.
Com 25 anos de Guarda, Edilene Pereira Gonçalves ocupa atualmente a presidência da Comissão Permanente de Conduta da Corregedoria da GCM, que visa apurar possíveis irregularidades nas condutas dos agentes. Para ela, vestir uma farda, muitas vezes, se torna um complicador e, por isso, se faz necessário o aperfeiçoamento diário.
“Como a instituição é formada, em sua maioria, por homens, conquistar o nosso espaço é uma tarefa contínua”, falou sobre o trabalho na corporação que tem 656 agentes, sendo 212 mulheres.
Uma das convidadas para a roda de conversa, a subsecretária de Políticas para as Mulheres, Josiane Viana, disse que, além de empoderadas, ela gosta de usar a expressão mulheres potentes, já que ser mulher é um desafio em qualquer ambiente. “Ser empoderada é poder fazer escolhas, como, por exemplo, escolher a profissão que a gente quer. A partir dessas escolhas, conseguimos realizar sonhos e desejos”.
Para a coordenadora do Centro Especializado de Atendimento à Mulher (CEAM) Mercedes Baptista, Érica Silva, o conhecimento é o maior empoderamento.
“O tema é polêmico, porque criamos polêmica em torno dele. Empoderamento não é guerra de sexo, já que a mulher não quer briga com ninguém, mas apenas ser ela mesma. No CEAM, acolhemos e orientamos as mulheres, sem julgá-las. Acolher sem julgar é o maior empoderamento”.
Já a psicóloga Elizana Carvalho, que atua no setor de Recursos Humanos da Guarda, apresentou um vídeo com uma cena do filme “Estrelas Além do Tempo”, que conta a história das matemáticas negras que levaram o homem para a lua durante a Segunda Guerra Mundial. As matemáticas eram mulheres conhecidas como “computadores humanos”, que passaram a fazer parte da NASA em uma época de segregação racial.
“Esse vídeo aborda a valorização e a diversidade que vamos tratar aqui, além da inclusão. A roda de conversa é para falar das nossas fragilidades e também fortalecer uma às outras com nossas experiências. Sei que é uma instituição que tem muitos homens, mas muitas mulheres de valor. Cheguei aqui me perguntando se seria inclusa e bem recebida”, disse Elizana, que fez um dinâmica com as agentes presentes, que aproveitaram para dar seu testemunho de vida.
Também participaram do evento a diretora do Centro de Referência e Tratamento da Mulher (CRTM), Alessandra Crespo, a sexógola e técnica de enfermagem, Kátia Márcia, e a presidente do Sindicato dos Profissionais Servidores Públicos Municipais de Campos (Siprosep), Elaine Leão.