A Secretaria Municipal de Saúde, por meio da Subsecretaria de Atenção Básica, Vigilância e Promoção à Saúde (Subpav), em parceria com a Subsecretaria Igualdade Racial e Direitos Humanos (SIRDH), inaugura na próxima sexta-feira (28), Dia Internacional o Orgulho LGBTQIA+, às 14h, o ambulatório de assistência à população LGBTQIAPN+ de Campos. O equipamento, que servirá como referência para a população pertencente à comunidade, com acolhimento e serviços de saúde, funcionará na sede da Igualdade Racial, no Centro, no prédio da antiga Fundação Zumbi dos Palmares.
O ambulatório terá atendimento de saúde com técnico de enfermagem, psicólogo, psiquiatra, assistente social e endocrinologista para aqueles que desejam realizar a hormonioterapia, seja ela masculinizante ou feminilizante. Além dos hormônios, o espaço ainda irá disponibilizar outros medicamentos que são distribuídos pela rede básica. Através do ambulatório, a população LGBTQIPN+ ainda poderá solicitar, por meio de avaliação, todos os serviços contratados pela Saúde, como consultas e exames.
De acordo com o subsecretário de Atenção Básica, Vigilância e Promoção à Saúde (Subpav), infectologista Rodrigo Carneiro, o trabalho está sendo desenvolvido entre os dois órgãos para acolher essas pessoas, sendo o primeiro de Campos e que servirá para atender os municípios vizinhos.
“É inédito no município de Campos o funcionamento de alguns serviços para a população LGBTQIPNA+. A gente está abrindo as portas e plantando a semente do que a gente espera que seja um grande serviço de saúde. É o local que vai estar de portas abertas para acolher a população e eles podem ter certeza que não sofrerão qualquer tipo de violência. É uma felicidade muito grande para a gente, da Vigilância em Saúde, de estar abrindo, pela primeira vez no município, um serviço específico para a população LGBT, que vai funcionar nas dependências físicas da Igualdade Racial e Direitos Humanos, que são nossos parceiros, e detém todo o conhecimento dessa população”, disse.
O infectologista ainda explica que o atendimento no ambulatório será por livre demanda, mas que haverá encaminhamento para outros serviços de saúde caso seja avaliada a necessidade de cada paciente.
“O acolhimento vai funcionar por livre demanda. A partir desse acolhimento, iremos informar se a demanda daquela pessoa será atendida no ambulatório ou se ela será encaminhada. Os nossos principais parceiros de onde vamos captar os pacientes são os CREAS, o CDIP, outros programas especiais e as próprias UBSs. Para aquelas pessoas que desejam fazer a sua hormonioterapia e que estejam em acompanhamento nas UBSs, elas poderão continuar nessas unidades. E aquelas pessoas que estão em tratamento de saúde mental com psicólogos e psiquiatras também podem continuar seu acompanhamento nas UBSs”, explicou.
O atendimento do Ambulatório LGBTQIAPN+ na Igualdade Racial e Direitos Humanos seguirá o modelo de funcionamento de outros ambulatórios, sempre de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. A SIRDH fica localizada na Rua Comendador José Francisco Sanguedo, 129, no Centro.
“Mesmo não sendo um espaço de saúde, a SIRDH cedeu uma parte do prédio para que o ambulatório fosse uma realidade, visando o melhor atendimento e acolhimento. Nós vamos trabalhar em rede, atendendo às demandas, através do serviço de saúde, com médicos, psicólogos e psiquiatras, além de assistência social, para que a gente consiga encaminhá-los para outros atendimentos que são oferecidos pelo município”, explicou a chefe de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais da SIRDH, Erickah Gomes, que será encarregada do ambulatório.
RODA DE CONVERSA SAÚDE E VIVÊNCIA LGBTQIPN+
Durante a inauguração do ambulatório LGBTQIPN+, a Prefeitura vai promover uma roda de conversa para discutir e abordar questões relacionadas à saúde e vivência da comunidade. O debate terá a participação do subsecretário de Atenção Básica, Vigilância e Promoção à Saúde (Subpav), infectologista Rodrigo Carneiro; o subsecretário de Igualdade Racial, Gilberto Totinho; a titular da 3ª Promotoria de Tutela Coletiva do Núcleo Campos dos Goytacazes, Maristela Naurath; o psicólogo e especialista em saúde pública Leandro Bittencourt; a assistente social Mannueli Ramos e a travesti, estudante de psicologia e membro do Coletivo TransGoitacá, Ártemis Carnieri.