Uma Jornada Regional das Crianças Sem-Terrinha movimentou o distrito de Morangaba neste sábado (19). O evento prossegue até domingo (20) na Escola Municipal Maria Cordeiro Borges, da localidade de Rio Preto, e está reunindo dezenas de crianças dos assentamentos e acampamentos da Reforma Agrária da Região Norte Fluminense. A secretária de Educação, Ciência e Tecnologia, Tânia Alberto, participou da abertura do Encontro, promovido pela Escola Municipal Carlos Chagas e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF).
Também participaram a diretora pedagógica da Secretaria, Viviane Terra; coordenadora do Ensino Fundamental Anos Finais, Ana Márcia Scott; articulador das Políticas de Educação do Campo da Seduct, Marcelo Vianna; articulador das Políticas de Educação para a Diversidade, Diego Santos; assessora especial Gisele Claudino; diretora da Escola Carlos Chagas, Edinamárcia Pereira Rangel; diretora da EM Maria Cordeiro Borges, Maria Luiza Menezes; coordenador do setor de Educação do MST/RJ, Pedro Reis; professora de Psicologia da UFF, Beatriz Corsino; dirigente do MST / Regional Fluminense, José Carlos da Silva dos Santos; e as professoras de Serviço Social da UFF, Juliana Mendes e Leda de Barros, além de universitários estagiários.
“Que vocês, meninos e meninas, possam absorver cada vez mais os direitos de vocês, de ter uma escola boa, viva, que respeita os saberes de vocês. Reconhecemos a capacidade dos movimentos sociais de tornarem o mundo um lugar melhor para se viver, pois eles ajudam a transmitir bons valores. Gostaria que nos próximos encontros também estivessem aqui os estudantes de licenciaturas, pois a maior dificuldade que os diretores das escolas do campo têm é conseguir profissionais para atuarem nessas localidades afastadas do Centro da cidade; para que a gente não fique só no discurso, porque no interior também tem escola e precisa de professor bom. Parabéns por esse evento, pois vocês estão ensinando para esses meninos a construirem seus sonhos. Que vocês tenham muitos mais encontros com essa escola cheia, aproveitem a vida!”, disse Tânia Alberto.
A programação inclui brincadeiras, atividades artísticas e culturais, cinema, oficinas de tecido e de audiovisual, rodas de conversa, produção de cartas, plantio de mudas, debates sobre preservação do meio ambiente e, ainda, um passeio na comunidade para falar sobre a história de Morangaba. Eles participaram de brincadeiras como corre-cutia, pique-bandeira, bola, corda, bexiga, bambolê, entre outras.
Marcelo Vianna explicou que o objetivo do encontro foi promover a participação social das crianças na política pelos direitos sociais da vida no campo com dignidade. “A Jornada Sem Terrinha" é uma atividade formativa para crianças de 6 a 12 anos, moradoras de assentamentos e acampamentos conquistados pelo Movimento Sem Terra. Unindo atividades de caráter lúdico, pedagógico e político, a jornada ocorre no Brasil todo com o objetivo de demarcar os direitos das crianças como terra, educação do campo, alimentação saudável entre outros”, explicou Marcelo.
Ele destacou os números da Jornada: “Tivemos a participação de 70 crianças, 4 assentamentos, 3 municípios, 40 educadores, 9 oficinas, com alimentação dos assentamentos, 60% dos participantes acima de 10 anos, além de cinema da roça, aula de campo e memórias da infância no campo”, finalizou Marcelo.
Edinamárcia ressaltou que o objetivo é promover a união entre as crianças de outras localidades onde ideias são compartilhadas. Para ela, nesses momentos há um aumento de relações interpessoais e ações pedagógicas visando o reforço de atividades de forma lúdica onde há brincadeiras, contação de histórias, teatro, musicalização e outras oficinas voltadas para a importância da terra e o cuidado com os produtos produzidos por ela.
"O encontro tem por objetivo também levar a uma reflexão sobre o direito de ter uma escola pública de qualidade no campo, onde levamos a pensar e refletir o papel da educação que é promover o direito à vida, à defesa da infância e o direito à educação, onde aprendem a lutar pela terra, conquistando o espaço onde moram", explicou.