A manhã dessa terça-feira (27) marcou a abertura do IV Seminário Municipal de Educação para a Diversidade, iniciativa da Secretaria Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia (Seduct). O encontro reuniu professores, gestores e técnicos da rede pública com o propósito de debater práticas pedagógicas mais inclusivas e de propor caminhos para a consolidação de uma Política Educacional de Diversidade no município.
Organizado pela Escola de Formação de Educadores Municipais (Efem) e pela Diretoria Pedagógica, o seminário teve início com apresentação musical e seguiu com mesas de debate que abordaram alfabetização inclusiva, corporeidades dissidentes, respeito às expressões religiosas e questões de gênero. Segundo a Seduct, as discussões buscam gerar até cinco propostas de intervenção aplicáveis à rede municipal, fortalecendo a prática pedagógica no cotidiano escolar.
Na abertura oficial, o gerente de Diversidade e Inclusão da Seduct, Diego Henrique Nascimento, destacou a importância histórica da presença indígena e africana em Campos e reforçou o caráter coletivo da iniciativa. “O que estamos fazendo hoje aqui, juntos, é significativo. Estamos ouvindo, aprendendo, trocando experiências para elaborarmos propostas que irão influenciar a Educação para a Diversidade em Campos”, declarou.
As mesas contaram com especialistas de diferentes áreas. O tema da primeira mesa desta terça foi “Corpos que ensinam, corpos que aprendem: educação, territorialidade e dissidências na escola”, trazendo reflexões de Luane Bento, Yasmim Duarte Conceição e Carla Aparecida da Silva Ribeiro. Luane abordou a corporeidade negra e a decolonialidade na educação, destacando saberes populares e experiências de formação antirracista. Já Carla enfatizou a valorização de memórias étnico-raciais e o papel da identidade cultural. Yasmim discutiu como espaços físicos e simbólicos influenciam processos de ensino e aprendizagem.
A mesa da tarde debateu o enfrentamento ao racismo religioso nas escolas, reunindo Caio Sardinha, Érick Ramos de Castro e Jéssica Cristina Álvaro de Oliveira. Entre os pontos abordados estavam o papel da escola na valorização da diversidade religiosa, como o racismo religioso se manifesta no cotidiano escolar e formação docente para lidar com preconceito religioso e combater estigmas.
Já nesta quarta (27), a programação começará com o tema “Letramentos múltiplos: caminhos para uma alfabetização inclusiva e antidiscriminatória”, com contribuições de Nize Pereira dos Santos Pedra, Ana Cristina Henrique de Paula e Paula França. No período da tarde, a discussão será em torno do painel “Quem tem medo do gênero? Formação docente, diversidade e atuação profissional”, conduzido por Rafael França e Paulo Santos Freitas Júnior.
Para a subsecretária de Ensino, Célia Maria Ferreira, o seminário representa um marco para o futuro da rede. “Estamos abrindo um espaço essencial para escuta e construção coletiva. Cada proposta aqui debatida será um passo para transformar a escola em um ambiente de equidade, onde todos os corpos e vozes tenham lugar e reconhecimento”, afirmou. Ao lado dela, a diretora pedagógica Viviane Terra reforçou a relevância da formação continuada de professores nesse processo.
Ao final das discussões, o evento prevê a sistematização de até cinco propostas de intervenção para serem incorporadas às práticas pedagógicas da rede municipal. A expectativa da organização é de que as contribuições fortaleçam o compromisso da educação em Campos com a diversidade, a equidade e a inclusão, consolidando políticas públicas alinhadas às necessidades da comunidade escolar.