Popular em Campos, o uso de bicicletas é comum no município, e nos últimos anos as versões elétricas têm ganhado cada vez mais espaço nas vias. Com uma malha cicloviária de mais de 60 quilômetros, as 28 ciclofaixas e 14 ciclovias instaladas em Campos têm proporcionado maior segurança aos ciclistas e incentivado o transporte sustentável. E para que o trânsito local flua normalmente, é fundamental que as leis de trânsito sejam respeitadas, principalmente as mais recentes, como as novas regras para os ciclomotores que passarão a vigorar em 2026.
Nos últimos cinco anos, a Prefeitura de Campos, sob a gestão do prefeito Wladimir Garotinho, implantou cerca de 20 km de malha cicloviária no município. A pesquisa nacional que traçou o perfil do ciclista brasileiro mostrou que em 2024 a maioria dos ciclistas de Campos utiliza o meio de transporte para ir trabalhar (79,8%) e por praticidade (51,1%). Outro dado é que 59,1% dos abordados em Campos se sentem estimulados a pedalar quando têm acesso à infraestrutura adequada, enquanto a média nacional é de 54%.
A partir de 2026, a Legislação prevê algumas mudanças, principalmente para bicicletas elétricas. O coordenador de Trânsito da Guarda Civil Municipal (GCM), Anderson Batista Cardoso, alertou sobre o que passa a vigorar a partir do próximo ano.
"As regras que regulamentam a utilização desses veículos elétricos se tornam um pouco mais rígidas a partir de janeiro de 2026. O importante é entendermos que a bicicleta elétrica, mesmo sendo uma bicicleta, é um veículo e tem que obedecer todas as regras de trânsito, como andar no mesmo fluxo dos veículos automotores na faixa de rolamento, quando não tem ciclofaixa. Quando tem ciclofaixa e essa ciclofaixa bidirecional, ela pode andar nos dois sentidos no contrafluxo. Mas quando a ciclofaixa é monodirecional, os condutores desses veículos devem andar no mesmo fluxo dos veículos automotores”, comentou.
Ainda de acordo com Cardoso, há diferença entre os veículos dentro do grupo dos elétricos. “Se esses autopropelidos atingem uma velocidade superior a 6 km/h até 32 km/h, segundo a resolução do Contran, eles podem trafegar na ciclofaixa. E se esses mesmos veículos elétricos atingem uma velocidade acima de 32 km/h já se tornam ciclomotores e ciclomotores e têm uma regulamentação um pouco mais específica. Neste caso, eles devem trafegar na faixa de rolamento, precisam de registro no órgão de trânsito do Estado, os condutores precisam de uma ACC (Autorização para Conduzir Ciclomotores) ou de uma CNH categoria A”, explicou.
O coordenador de Trânsito da GCM ressaltou que conhecer a diferença e as regras de trânsito é de suma importância para manter a segurança viária. “Pessoas que, comumente, utilizavam veículo de propulsão humana, que é a bicicleta comum, passaram a utilizar a bicicleta elétrica, mas sem muita noção de regras de trânsito. Isso tem causado muito risco a todo mundo que utiliza, porque a gente percebe esses veículos andando na contramão, andando sobre o passeio, quando eles devem utilizar o espaço adequado a eles, seja na faixa de rolamento ou seja na ciclofaixa. Então, neste primeiro momento, a educação e conscientização são muito importantes para que condutores desses veículos saibam onde podem trafegar e de que forma, e fazendo assim eles conseguem garantir a segurança tanto deles quanto dos outros usuários”, finalizou.